António Oliveira analisa empate na estreia do Brasileirão e vê Corinthians equilibrado
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Por Pedro Mairton, Matheus Quintino, Rodrigo Vessoni e Victor Gomes
O Corinthians empatou sem gols contra o Atlético-MG na estreia do Brasileirão. Mesmo com um a mais durante todo o segundo tempo do jogo, o Timão não conseguiu furar a defesa do adversário em partida que marcou o maior público da Neo Química Arena neste domingo.
O técnico António Oliveira definiu o Atlético-MG como um dos favoritos ao título do campeonato e ressaltou a dificuldade no Brasileirão, competição que “não há adversários fáceis” na visão do português.
“É o início de uma nova temporada. Início do Campeonato Brasileiro, um campeonato que nós sabemos que é muito desafiante, muito difícil. Não há adversários fáceis e os resultados provam isso mesmo. Calhou do nosso primeiro jogo em casa ser contra um dos candidatos ao título, até pelos investimentos feitos, uma equipe que tem uma consistência de jogadores que já há algum tempo que jogam juntos. Portanto, não é uma equipe fácil (de se enfrentar). Um jogo que na primeira parte partiu muito para o físico, muito pelo duelo, com uma equipe que encaixava muito. A partir de um momento acabamos por tirar vantagem disso, com a expulsão de um jogador”, disse António Oliveira em entrevista coletiva após o jogo.
Apesar do empate, o técnico do Timão afirmou que já esperava o comportamento tático do Atlético-MG na Neo Química Arena, mesmo com algumas mudanças no time titular, e elogiou o elenco do adversário.
“Nós analisamos, principalmente, o treinador adversário e percebemos que sua construção é sempre com três. Agora, pode ser 3-1 ou 3-2, depende dos jogos e dos jogadores que estão em questão. É evidente que essa escalação que ele hoje utilizou, ele já tinha feito no primeiro jogo, contra o Cruzeiro, no empate em 2 a 2. Portanto, não foi algo que nos surpreendeu. Eventualmente, eu estaria à espera, talvez, do Scarpa de início, no lugar do Igor Gomes, e do Alan Franco no lugar do Otávio. Mas, de qualquer forma, a riqueza deles é tão grande em termos de elenco, que tiram um, colocam outro, e a qualidade do jogo deles se mantém. As dificuldades também. A qualidade técnica é elevadíssima no ponto de vista individual”, iniciou António, que ainda afirmou estar satisfeito com o desempenho corinthiano, mas lamentou não ter somado os três pontos.
“De qualquer forma, a saída de três foi algo que nós esperávamos, sempre com o Yuri no controle do Otávio ou de quem fosse o pivô ali naquela situação. Sempre preferimos que a bola entrasse no Battaglia. Portanto, sempre que a bola entrava ora, no Arana ora no Saraiva. O Saraiva tem sido alguém que ultimamente tem construído mais baixo para o Scarpa ou outro jogador dar largura para aquele lado. Sempre no controle e sempre percebendo quando o Raniele tinha ou não que controlar a última linha, para nós criarmos sempre uma vantagem numérica sobre o adversário. Foi um jogo extremamente equilibrado, poderíamos dizer que deveríamos ter feito mais. Evidente que saio satisfeito pelo desempenho e rendimento dos jogadores, mas poderia sair mais feliz se tivéssemos ganho”, completou.
Com o ponto somado, o Corinthians terminou a primeira rodada do campeonato na 13ª posição, empatado com outros cinco times. Apesar dos dois próximos compromissos do Timão no Brasileirão serem fora de casa, António Oliveira está focado apenas no jogo contra o Juventude, na quarta-feira seguinte.
“Eu não olho a sequência, eu olho o próximo jogo. Um jogo importante na quarta-feira, contra o Juventude, e é nele que vamos focar e concentrar todas as nossas forças”, afirmou.
Corinthians equilibrado taticamente
António Oliveira entende que o Corinthians fez um jogo equilibrado taticamente. O Timão pouco sofreu defensivamente, já que Cássio só teve de sujar o uniforme em uma cobrança de falta de Gustavo Scarpa na entrada da grande área no final do jogo, e detalhou o plano tático da equipe corinthiana contra o Atlético-MG.
“Por outro lado, é evidente que a equipe, hoje, na minha opinião, foi extremamente equilibrada. Portanto, é evidente que o adversário a partir do momento que estava com menos um, fechou-se numa linha de cinco, fez claramente o seu dever e retirou o nosso espaço. Mas tentamos sempre pisar na área. A largura foi dada por Wesley e pelo Matheus. Numa primeira fase para Yuri e Romero e depois, Yuri e Pedro Raul. Numa construção, muita das vezes, sempre lá atrás no dois contra um, principalmente contra o Hugo. Félix e Gustavo numa primeira fase e depois Félix e Raniele”, começou o português.
“Libertamos (o Hugo) um pouquinho da construção baixa, para ter mais liberdade, sempre na atenção de transição para o Paulinho. Garantimos o homem da construção, em uma primeira fase o Fausto, em uma segunda fase o Maycon. Depois, os jogadores entrelinhas, em uma primeira fase foi Hugo e Rodrigo (Garro), em uma outra fase foi Paulinho e Rodrigo (Garro), depois, Paulinho e Coronado. É evidente que poderíamos ter explorado mais esse espaço entre eles e não vir tanta gente para junto da bola, por depois só nos sobra a largura, mas de qualquer forma é um dos processos que a equipe cada vez mais cresce. O que senti foi realmente uma equipe equilibrada e que basicamente não deu grandes chances ao adversário. É evidente que nós queríamos ganhar, queremos ganhar todos os jogos, mas saio satisfeito pelo rendimento e comportamento dos jogadores. Saíria felicíssimo se tivéssemos ganhado”, acrescentou.
A falta de chances claras do Corinthians mesmo com um a mais por 45 minutos e os acréscimos também foi aprofundada por António Oliveira. O treinador assumiu a responsabilidade da redução do poderio ofensivo da equipe alvinegra após vir de goleada por 4 a 0 na Sul-Americana.
“Sobre a outra questão (oportunidade de gols). Da mesma forma que, eventualmente com mais um, e sabendo que não estávamos jogando contra uma equipe qualquer, fomos equilibrados e também não demos nenhuma chance ao adversário fazer, mesmo quando tinha 11 contra 11. Isso me orgulha. Mas agora também não podemos que há três dias jogávamos muito e agora não tivemos criação. Portanto, nós não vamos ganhar sempre, não vamos jogar sempre bem, mas de qualquer forma, é nosso dever, é nossa responsabilidade, trabalhar sobre isso, crescer e evoluir cada vez mais. E no próximo jogo criar cada vez mais dentro dessa deficiência”, concluiu.