A temporada 2023/2024 do Corinthians Basquete chegou ao fim nesta semana, após eliminação nas oitavas de final do Novo Basquete Brasil (NBB) para o Paulistano. O treinador Silvio Santander abriu o jogo sobre diversos tópicos da equipe do Parque São Jorge.

Em entrevista ao portal Basquet Plus, o argentino, de 52 anos, destacou os principais pontos do seu período no Timão e no Brasil, em que trabalhou pela primeira vez nesta temporada. Santander fez um balanço do Paulista, competição em que o Corinthians foi vice-campeão também sobre o Paulistano, e o NBB, relembrando as inconsistências da equipe ao longo do campeonato.

"Para mim foi uma experiência muito valiosa. Conhecer outra estrutura, um novo idioma, uma forma de jogar que em algumas coisas é diferente da nossa. Chegar a um clube imenso, de um alcance a nível internacional muito grande. Aqui se joga o torneio Paulista que tem o mesmo nível que a liga nacional de qualquer país e aí perdemos a final por um ponto. Depois começa a NBB e não foi bem. Tivemos alguns inconvenientes como lesões e não tivemos um grande desempenho. Levo comigo uma experiência valiosa do nível do basquete brasileiro, o nível dos jogadores e dos treinadores e uma experiência de vida também boa", disse.

Silvio comentou também sobre a convivência com o carro-chefe do Corinthians: o futebol. Apesar das diferenças econômicas e do alcance internacional, o treinador elogiou a força dos torcedores e a tradição do Corinthians na modalidade, ao citar o lendário Oscar Schmidt. Para ele, há margem para brigar pelo principal torneio nacional em meio a competitividade de outras equipes.

"Aqui no Corinthians é de alcance internacional, como te dizia. Tem torcedores, como chamam aqui, em todo o país, um centro de treinamento para futebol de nível mundial e está claro que é como uma equipe poderosa, conhecido, tem o foco desde que o futebol vá bem, porque além disso o Brasil entrou em uma conexão interessante com o mercado árabe e há futebolistas que estão indo para lá. Isso permite um rendimento econômico que o basquete não pode dar", afirmou.

"As diferenças existem e é lógico que assim seja. No entanto, apoiam o basquete, têm os seus adeptos, tem a sua história, aqui passou Oscar Schmidt como figura mais importante e muitos outros jogadores com muita história. Estão procurando se podem começar a se misturar com os melhores. O que acontece é que o NBB tem 12 ou 14 equipes que estão realmente muito bem e a possibilidade de jogar com quatro estrangeiros nivela muito a competição", complementou Silvio.

Com contrato até o fim desta temporada, que se encerra em junho, Silvio não traça planos esportivos para o futuro. A experiência positiva no país mantém um possível retorno em aberto, mas o foco do treinador está na família, principalmente pela distância junto aos filhos nos últimos anos. Ele, que já passou pelo México, Venezuela e China, além da própria Argentina, está preocupado em descansar, apesar do amor pelo basquete.

"Neste momento, na minha cabeça, há a necessidade de voltar a estar um pouco com a minha gente, porque estou fora há três anos e a verdade é que não me diverti. Acho que os treinadores também têm fases e eu já estou numa fase que não gosto de perder coisas que estou a perder com os meus filhos, preciso de mudar de atitude e de me afastar do basquetebol e avaliar o que vou continuar a fazer. É o que eu amo, é o que vou fazer, mas não descarto nada. No imediato é descansar e estar com meu povo".

"É uma liga e é um país que me interessam muito. Não descarto voltar. Aqui a decisão é sempre entre dois e penso que ainda é muito cedo para pensar como se continua", concluiu Silvio.

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