Técnico do Corinthians comenta fase de Wesley e traça ‘gestão’ para potencializar o talento da joia
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Por Rafael Marcon, Rodrigo Vessoni e Vitor Chicarolli
Wesley participou bem do jogo diante do Fortaleza, mas, desta vez, não conseguiu furar o bloqueio da zaga rival
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
Se hoje o Corinthians melhorou o rendimento após uma fase bastante ruim, muito se deve às boas atuações de Wesley. O jovem atacante foi o nome do time nas vitórias sobre Fluminense e América-RN e mais uma vez, diante do Fortaleza, fez um bom jogo. António Oliveira comentou sobre o crescimento do jogador dentro de campo e traçou os planos de um treinador para lapidar uma joia do futebol.
“Primeiro, é um prazer enorme trabalhar com eles (jogadores), porque são gente de uma enorme humildade e com vontade de trabalhar e aprender. Temos que saber gerir o jogador do ponto de vista técnico. Ponta do “pé-contrário”, geralmente vem pra dentro, para cruzar ou chutar. Mas a partir do momento que lhe damos mais funções, conseguimos os utilizar, pra dentro, pra fora, até pra criar diferentes problemas”, iniciou o treinador sobre o atacante, na entrevista coletiva após o jogo contra o Fortaleza.
“Repara, o gol que faz pela Copa do Brasil (assistência para Bidon). Ele (Wesley) vem pra fora, já não vem pra dentro. Hoje, já veio pra dentro, já cruzou e deixou o Raniele na cara do gol. Outra situação, consegue vir para o lado de dentro e virar o jogo para o lado contrário. Mas ainda há um ou outro comportamento que nós devemos potencializá-lo. Mais do que apenas receber na largura. Isso, não é fácil, temos que estimular, repetir, repetir, repetir, para consolidar determinado comportamentos”, afirmou António.
Segundo António, Wesley vem seguindo quase à risca o que lhe é passado para dentro do campo, mas não basta apenas ensinar comportamentos táticos aos jovens de grande talento. Para o técnico do Timão, um dos objetivos de um treinador de futebol é também gerir os comportamentos emocionais das jovens promessas.
Wesley vem se destacando e sendo alvo de assédio de clubes europeus, interessados em seu futebol. O atacante completou 19 anos recentemente e já é uma das principais figuras do elenco alvinegro. António Oliveira vê a badalação como mérito do jogador, mas já tenta conversar com o garoto, a fim de evitar que a mentalidade seja contaminada pela fama.
“Ele tem sido um menino extraordinário e aquilo que estava a dizer quando o chamei no vestiário é para que nós também consigamos gerir as expectativas dele. Ele fez aqueles dois grandes gols contra o Fluminense, mal chegou ao vestiário e já tinha uma notícia de que o West Ham já o fez uma proposta. Inacreditável. Repara a quantidade de notícia que pode determinar o sucesso ou o insucesso de um jogador”, exaltou o técnico do Timão.
“E nós estamos falando de um menino de 18 anos (19), temos que ter muita cautela. (O papo) foi nessa perspectiva, de gestão das expectativas dele. Pra ele continuar a ser esse menino extraordinário, esse menino humilde, com vontade de crescer, com vontade de ajudar a equipe. Pra ele perceber que sem a equipe, ele não é nada. Aquilo que mais me preocupa é trabalhar as emoções, os sentimentos dele, de que nunca pode esquecer as origens e de como chegou aqui. Ele tem que continuar a ser o mesmo”, concluiu António sobre Wesley.
Não à toa, Wesley tem sido pauta das coletivas de António Oliveira. O jovem vem chamando a atenção até mesmo dos marcadores. Desta vez, Tinga, capitão do Fortaleza, foi quem falou sobre o talento do atacante alvinegro e destrinchou a tática da equipe cearense para parar “o melhor jogador do Corinthians”.
