Luxemburgo deixa o Corinthians com um trabalho que estava fadado ao fracasso
Opinião de Victor Godoy
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Acabou. Não deu certo. Também não tinha muito caminho para dar. Chegou ao fim a passagem de Luxemburgo no Corinthians em um trabalho que não havia condições de ser bem sucedido. Estava fadado ao fracasso.
Lembro que quando surgiram as especulações sobre o treinador discuti com uns amigos que era um trabalho que as chances de dar certo eram muito baixas, tanto por parte do Luxemburgo quanto do Corinthians.
O técnico de 71 anos não tem um trabalho consistente há anos, que justificasse essa aposta e esse voto de confiança. A maior parte era medíocre ou com sensações de que poderia mais. O perfil “paizão” do técnico não sustenta mais um trabalho no mais alto nível.
Não seria o Corinthians - principalmente o de 2023 - que forneceria condições para que o casamento desse certo. Com uma crise que já dura de janeiro a setembro, apostar em um treinador que não convence era acrescentar apenas uma camada a mais no bolo do fracasso, assim como foi Cuca.
Logo, era um trabalho com prazo de validade. Cedo ou tarde acabaria, ficando a dúvida se o fim seria trágico ou minimamente agradável.
Começou o trabalho e minha tese foi se comprovando jogo após jogo. O Corinthians com um desempenho bastante aquém em campo e nas coletivas cada fala de Luxemburgo era um corte novo nas redes sociais em tom de chacota. A impressão era que o último jogo do treinador era sempre o próximo. Pois bem, o adiamento acabou.
Bato bastante na tecla de que o principal problema do Corinthians é a falta de visão a longo prazo. Quanto mais me aprofundo nas engrenagens do clube, mais percebo que é verdade. Não será em ano de eleição que surgirá uma solução, mas que ao menos a atual diretoria deixe uma base boa ao novo presidente. Quanto ao Luxemburgo, seu nome merece ser lembrado no Parque São Jorge pelos sucessos de 1998 e 2001, não pelo fracasso de 2023.
Pra não dizer que não falei das flores
Para não falar apenas dos pontos negativos, o treinador tem um grande mérito em dar chance aos jogadores mais jovens. É o único acerto dessa terceira passagem. Sem ele, certamente Wesley, Moscardo e Murillo não teriam acumulado minutos.
Fora os que já encantam no profissional, outros também já deram seu primeiro passo no time principal e a tendência é que sigam no plantel em busca de espaço. Essa transição de gerações, iniciada por Luxemburgo, pode ser crucial para os próximos anos do Corinthians. Se der certo, seu nome precisa ser lembrado.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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